por Magliana Rodrigues
*Integrante da equipe ministerial da Igreja Sede
“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (João 9.5).
Uma verdade inquestionável: “Eu sou a luz do mundo”. Era o que Jesus estava dizendo. Depois podemos ver que Ele acrescentou algo a essa verdade: “enquanto eu estou no mundo”. Então existe aqui uma limitação de tempo que Ele estava trazendo. Jesus estava falando que haveria um momento em que Ele passaria esse bastão, que Ele passaria essa função e esse propósito. O Verbo encarnado não está mais aqui. Isso significa que esse bastão já foi passado.
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte, nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.14).
Quando Jesus falou aos seus discípulos, Ele pensou em cada um de nós. E, quando pensamos sobre isso, parece que um peso vem sobre nossos ombros, ou então pensamos que isso não é conosco. Às vezes nos colocamos naquele lugar em que a gente recebe as informações que os outros têm de nós, ou das informações que temos sobre nós mesmos. Quando andamos baseados nisso, não conseguimos nos encaixar nas Escrituras. Não conseguimos nos ver dessa forma, sendo luz dos homens.
Quando Jesus fala sobre sermos a luz do mundo, Ele não fala no futuro. Ele fala: “Vós sois a luz do mundo”. Isso é uma realidade, é um fato.
Ele está dizendo que você tem o potencial de uma cidade. Você é como uma lâmpada que não se esconde no cesto, mas você é colocado sob um poste. É impossível não iluminar, é impossível que as pessoas não vejam você. Se você sozinho tem o potencial de uma cidade, imagina o potencial que a igreja tem sobre a terra.
Quando lemos esse texto de Mateus do final para o começo, o propósito é para que o mundo seja alcançado, que o mundo seja atraído para Deus. Então o propósito é para que glorifiquem a Deus. Agora, para que eles glorifiquem a Deus, a Bíblia diz que Jesus falou que as suas obras precisam ser vistas. E as nossas obras são vistas quando andamos na luz. Foi isso que Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8:12).
Essa não é a verdade natural, mas essa é a verdade de Deus. Essa é a verdade que vale pra nós. E nós precisamos andar nessas verdades. Por isso que a mensagem da Palavra de Deus é para crente, porque você tem que estar disposto a crer e andar na revelação daquilo que a palavra de Deus diz. Você tem que saber quem você é dentro da sua casa. Você pode estar no meio do seu trabalho e não ser respeitado lá, perseguido, mas você precisa saber quem você é.
A Bíblia fala que Jesus quando estava no deserto, tendo sido tentado depois de quarenta dias, em jejum, o diabo chega e então começa dizendo: “Se tu és filho de Deus, transforma essas pedras em pães”, querendo colocar em xeque a identidade de Jesus. Em outro momento, Ele diz: “Se tu és filho de Deus, atira-te daqui, porque está escrito”. O diabo usa a Palavra de Deus para colocar em dúvida a identidade de Jesus. Mas quando você está com a sua identidade na Palavra Deus, ela nunca irá trazer confusão. Ela só vai operar em você: fé, convicção, e certeza daquilo que você é, de quem é, e do que pode fazer.
“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras. São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24.27 e 44).
Jesus sabia tudo sobre Ele a partir das Escrituras. Jesus se expôs às Escrituras. Ele leu a respeito d’Ele mesmo. Ele construiu a sua identidade a partir, não daquilo que outras pessoas diziam, mas daquilo que Moisés, os profetas e os Salmos falavam sobre Ele. Então, Ele se alimentou, se expôs e se reconheceu nas Escrituras. Da mesma forma que Jesus, precisamos firmar a nossa identidade nas Escrituras. Precisamos nos expor as escrituras, precisamos nos alimentar dela, precisamos nos reconhecer nela, saber o que ela diz sobre nós, o que somos, o que podemos e o que temos. E andar na revelação da Palavra de Deus.
Não fomos nós mesmos que nos constituímos luz, mas foi Ele que nos constituiu luz. Foi Ele quem disse que somos embaixadores do seu Reino. E como embaixadores, nós carregamos, nós manifestamos, nós resplandecemos o Reino. As suas frustrações, o seu passado não dizem que você é. Não foram as nossas obras que nos qualificaram para sermos filhos de Deus. E se não foram as nossas obras, assim também os nossos erros não nos desqualificam. Porque foi Ele que nos fez idôneos, Ele nos constituiu luz.
Não é falando. Não é pregando. Não é despejando conhecimento que você vai persuadir homens, mas é conhecendo, andando e se deleitando no temor do Senhor.
“O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço” (Provérbios 8.3).
Andar no temor do Senhor é você amar o que Deus ama, e odiar o que o Senhor odeia. É você conhecer os caminhos e pensamentos de Deus e referenciar de tal forma que você começa a andar do mesmo jeito. Praticando as obras da luz, porque quem anda com Ele não anda praticando as obras das trevas.
Não é a sua pregação, fala, ou sua explanação que vão persuadir aqueles que precisam glorificar o Pai. É a sua própria vida, sendo como padrão primeiro dos fiéis. Porque, se você não é um padrão primeiro para os fiéis, na Palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza, você não será um padrão, não será luz para o mundo.
O nosso alimento é toda palavra inspirada que sai da boca de Deus. São as Escrituras. É Deus se revelando a nós. O nosso alimento é Jesus, o Verbo encarnado, ungido pelo Espírito. É Ele que determina a nossa saúde espiritual. Precisamos estar fortalecidos. A nossa imunidade espiritual precisa estar fortalecida pela Palavra. Seja um padrão, sendo conhecedor da Palavra, permitindo que ela opere dentro de você; permitindo que essa palavra produza, frutifique; permitindo que ela fale e aja através de você.
Além de sermos padrão na Palavra, também precisamos ser padrão no procedimento. No amor, não julgando, pois o nosso procedimento na palavra é pelo amor. Jesus veio estabelecer a lei do amor. Você é luz para ganhar o mundo, você não é um juiz, para ficar sentenciando, julgando, condenando o mundo. Você é aquele que anda em amor.
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Filipenses 4.8 e 9).
São essas as obras que precisam ser vistas. As nossas obras que precisam ser vistas vão passar por essa peneira, obras da luz. Tudo o que eu faço passa por aquilo que eu penso. É por isso que a Bíblia diz que precisamos renovar a nossa mente pela palavra de Deus. Renovar a nossa mente é andar no temor do Senhor, vendo como Deus, andando, sentindo, pensando e agindo como Ele. Então, quando nós começamos a andar no temor do Senhor, essa peneira sempre estará diante dos nossos olhos. Perfeição é uma coisa e santidade é outra.
Deus não está esperando de você perfeição. Ele quer que você se santifique. Ele pede santidade.
*Trecho da mensagem de 18 de setembro de 2022, na Escola Dominical.