por Carlos Júnior (Recife -PE)
*Copastor da Igreja Verbo da Vida Zona Norte
“Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (II Timóteo 4.5).
Paulo escreve para Timóteo deixando muitas lições sobre o Ministério. No entanto, ele também faz uma observação: nos momentos bons ou ruins, a todo tempo, a obra do evangelista deve continuar.
Pessoalmente, posso dizer que faço parte de uma igreja envolvida em muitas atividades e que ainda passa por um momento de reforma em sua estrutura física. No entanto, após regressar de uma viagem, o nosso Pastor Presidente afirmou: “Deus nos levará a viver intensamente Mateus 28:19. O trecho bíblico que fala sobre ir e fazer discípulos”.
Nos sentamos com o calendário da igreja e analisamos as atividades que vínhamos desenvolvendo. Eram todas íntegras, bem intencionadas, voltadas à ação social e edificação dos membros. No entanto, poucas focavam no evangelismo. Identificamos esse desequilíbrio e, imediatamente, tratamos de revisar a nossa agenda.
Há uma instrução de Deus sobre ir e fazer discípulos. Isso requer algumas novas abordagens. Fui exortado pelo Senhor a incluir os sermões de evangelistas em minha alimentação espiritual. Deus me disse “quero que vocês amem anunciar o Evangelho a uma pessoa da mesma forma que amam pregar em uma igreja relevante”.
Penso que o Senhor está reavivando a paixão pelo evangelismo. Muitas vezes, nós terceirizamos o papel de fazer discípulos. Entregamos a um departamento na igreja e achamos que tudo se trata de captar pessoas para o Reino. Mas fazer discípulos é mais do que isso. É criar um relacionamento intencional, no qual nos comprometemos com cada pessoa.
Quando Paulo falava “Filhinhos, por quem mais uma vez sinto dores de parto até que Jesus seja formado em vós”, ele mostrava um senso de responsabilidade que não esmorecia até que Cristo fosse formado em cada um. Mas como desenvolver essa atitude?
“E haverá estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e conhecimento; e o temor do Senhor será o seu tesouro” (Isaías 33.6).
Só haverá abundância de salvação se o temor do Senhor for o nosso tesouro. Há alguns dias, tivemos contato com um casal que voltou à igreja, depois de terem se afastado. Perguntamos por que haviam decidido voltar. A mulher respondeu:
‘Eu tive uma visão na qual me via chegando ao Tribunal de Cristo. Eu encarava Jesus e Ele tinha olhos como chamas flamejantes. Ele me pedia para estender as mãos e me falava: estão vazias. Onde estão as vidas? E os talentos?” Acordei o meu marido e disse que tínhamos que voltar. Temos um propósito a cumprir.
Nós responderemos pelo o que fizemos com a responsabilidade que Deus nos entregou. Mas, se quisermos que os nossos corações desejem as coisas certas, é preciso que exista temor a Deus. Sem temor, não iremos em níveis mais profundos e nem veremos a completa manifestação de Deus. O temor é o que dá intimidade. Querer conhecer a Deus sem temor, é como querer conhecer uma celebridade pela televisão.
O temor não é ter medo, mas um respeito profundo por Sua Santidade.
“Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; Porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hebreus 12.28-29).
Nós recebemos um Reino inabalável e precisamos reter a Graça que o Senhor nos concedeu. A Graça é a capacidade de fazermos o que Deus quer que façamos de forma perfeita. Não por nosso mérito, mas por causa Dele. A Graça não é Deus sendo bonzinho nem os moldes sendo afrouxados. Na verdade, os moldes são mais elevados. E não somos nós que fazemos, mas Ele que faz em nós.
Saber disso é importante para entender que o “Ide” não é algo que fazemos sozinhos, mas na força e na Habilidade de Deus. Eu preciso me achegar a Ele com respeito antes de ir a qualquer lugar. Não posso tratar Deus de qualquer maneira, não posso servir de qualquer forma. É preciso servir com excelência.
Temor é ter profundo e reverente respeito por Deus e por tudo o que Ele declara santo. A obra de Deus é santa. Deve, portanto, ser exercida com estudo, com preparação, com paixão. Não podemos olhar as pessoas por opção política ou julgamento, mas pelo valor que Deus atribui a cada uma delas.
Quando o temor está em nossos corações, fazemos do interesse Dele o nosso também. Deus ama a casa Dele? Então, amamos também. Olhamos para as vidas e vamos amá-las. Somos movidos pela compaixão. Com temor, repudiamos as causas erradas, mas nunca as pessoas.
Temer a Deus é submeter a nossa vontade à vontade Dele. Diante da Presença de Deus, nenhum culto é comum. Deixemos que o temor nos purifique para que em todas as áreas possamos dar o nosso melhor.
Trecho da mensagem de 27 de novembro de 2022, no Culto de Celebração.