Daniel tinha uma rotina com Deus. Veja o texto a seguir.
“Então o mesmo Daniel sobrepujou a estes presidentes e príncipes; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino. Então os presidentes e os príncipes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa” (Daniel 6.3-4).
Gostaria de chamar a atenção para as características que o texto bíblico aponta em Daniel. Ele era um homem excelente e, nele, não se achava erro, nem culpa. Como todos sabem, ele foi levado à cova dos leões devido à inveja que os seus colegas sentiam da proeminência que estava conquistando.
Como não havia nada que acusasse Daniel, resolveram usar a própria Lei de Deus para fazê-lo cair numa armadilha. Fizeram com que um decreto fosse expedido proibindo qualquer pessoa de levantar orações ao Deus de Israel ou qualquer outro que não fosse o rei.
Daniel poderia ter agido de diversas maneiras. Ele poderia ter obedecido. Afinal, o decreto só tinha validade de 30 dias. Não era pelo resto da vida e o Senhor sabia que aquela era uma circunstância alheia à vontade do rapaz. Daniel poderia também ter orado escondido, fechado as janelas e mantido a fé em segredo.
Daniel tinha uma rotina de oração
“Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer” (Daniel 6.10).
Não havia nada na Lei que determinasse que o rapaz deveria orar três vezes ao dia. Ele poderia ter feito isso até de madrugada, período no qual jamais seria notado. Mas Daniel optou por continuar com a mesma rotina que tinha com Deus anteriormente. Nem o decreto do rei mudou isso.
Quando prestei atenção na passagem bíblica, lembrei do Salmo 55.17, na qual Davi demonstra uma rotina de orar três vezes ao dia também. O próprio Jesus (Lc 4.16) tinha o costume de ir à sinagoga para estudar as Escrituras. Ele também ensinava todos os dias no templo e, à noite, se dedicava às orações no Monte das Oliveiras (Lc 21.37). Aquele era um costume que o Messias tinha. Até mesmo o próprio Jesus tinha uma rotina com o Senhor.
Nós também precisamos ter uma rotina com Deus. Precisamos ter aquele momento separado com o Senhor e fazer disso uma prioridade em nossos dias. Quando falo em “fazer disso uma prioridade”, não quero dizer que precisa ser a primeira coisa que você faz quando acorda. Acredito que “priorizar” significa não abrir mão de fazer isso todo dia. Nem que seja ao anoitecer. Se decidirmos dar a Deus apenas o tempo que porventura sobrar, é bem possível que em várias ocasiões não nos sobre tempo nenhum.
A consistência é mais importante do que a quantidade de tempo em si.
Deus não chama desocupados para nada. Nós todos temos responsabilidades e não devemos nos culpar por não termos três horas ou quatro horas por dia para nos dedicarmos para o Senhor. O propósito aqui não é lançar peso sobre ninguém. O segredo de Daniel não eram as três orações por dia, mas a firmeza em ser fiel naquele compromisso com o Pai. Ele não deixou nem que o decreto de um rei roubasse aqueles momentos.
O que está roubando a sua vida de oração? Às vezes, são coisas tão bobas! Até mesmo as redes sociais podem nos distrair e tomar o nosso tempo. Não podemos deixar isso acontecer. Não sei qual o tempo que você tem. Eu não posso julgar se você está dando muito ou pouco ao Senhor. Mas você pode fazer esse julgamento. Dê a Ele o que você pode, dentro do que você tem.
Se esforce para desenvolver a consistência em uma rotina com Deus. Ele podia contar com Daniel. Será que Ele pode contar conosco também?
Trechos da ministração do dia 21 de agosto de 2023, no Culto de Oração