Por Rodrigo Silva
Texto baseado na ministração “Honrando a Unção” – clique aqui para ouví-la.
Em Mateus 13:53-58, vemos como a honra ou a falta dela pode impactar o mover de Deus. Jesus ensinava na sinagoga, e as pessoas se maravilhavam com Sua sabedoria e poderes miraculosos, mas, ao mesmo tempo, questionavam Sua origem, lembrando que Ele era “o filho do carpinteiro.” Jesus afirmou que “não há profeta sem honra, exceto na sua terra e na sua casa,” e a Bíblia relata que Ele não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade deles. A falta de honra impediu que recebessem a plenitude da unção de Jesus.
Jesus foi tentado no deserto e respondeu ao diabo com a Palavra de Deus, mostrando que devemos considerar toda a Escritura e não apenas partes isoladas. Da mesma forma, precisamos entender a unção como um todo. No Antigo Testamento, reis, sacerdotes e profetas eram ungidos com azeite, simbolizando que estavam separados por Deus para realizar algo específico. Essa unção capacita a realizar coisas que, por nossas forças, seriam impossíveis.
Deus anunciou que enviaria alguém com a unção do Espírito Santo sem medida – Jesus Cristo. Em Atos 10:38, vemos como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e Ele foi por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo. Jesus não só cumpriu Seu ministério, mas também prometeu que nos últimos dias derramaria Seu Espírito sobre toda a carne (Joel 2:28), estendendo essa unção a todos que creem.
Quando honramos a unção, reconhecemos que não somos comuns. Em João 5:23, Jesus disse que quem honra o Filho honra o Pai. Mateus 10:40-42 reforça que quem recebe um profeta no caráter de profeta receberá galardão de profeta, e quem recebe um justo no caráter de justo receberá galardão de justo. Honrar o enviado de Deus é honrar o próprio Deus.
A história de Pedro em Atos 10 exemplifica isso. Pedro, na casa de Simão Curtidor, teve uma visão onde Deus lhe mostrou que não deveria considerar comum o que Ele purificou. Isso se refere à aceitação dos gentios no plano de salvação, algo que Pedro compreendeu plenamente quando viu o Espírito Santo ser derramado sobre Cornélio e sua casa enquanto ele ainda pregava.
Honrar a unção significa não considerar comum o que Deus santificou. Quando honramos a unção, estamos nos posicionando para receber tudo o que Deus tem para nós. Na igreja, honrar a unção coletiva significa reconhecer a presença e o mover do Espírito Santo. Cada culto, cada ajuntamento, é uma oportunidade para experimentar a manifestação de Deus.
Honrar a unção também envolve honrar uns aos outros. Jesus ensinou que honrar um profeta ou um justo traz recompensas. Quando honramos os dons ministeriais – apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres – estamos honrando a Jesus, que deu esses dons à Sua igreja para o crescimento e amadurecimento do corpo de Cristo.
Abraão honrou Melquisedeque, reconhecendo-o como sacerdote do Deus Altíssimo, e pagou-lhe o dízimo, demonstrando respeito e honra pela unção que estava sobre ele. Da mesma forma, somos chamados a honrar aqueles que Deus colocou em nossas vidas para liderar e ministrar.
Em 1 Tessalonicenses 5:12-13, somos exortados a reconhecer e ter em grande estima aqueles que trabalham entre nós e presidem sobre nós no Senhor. Em 1 Timóteo 5:17, os presbíteros que governam bem são considerados dignos de dupla honra, especialmente os que trabalham na pregação e no ensino.
Não considere comum o que Deus tem feito e continua a fazer. Honre a unção presente em sua vida e na vida da igreja. Honrar é uma atitude de fé e, como tal, destrava bênçãos e abre portas para que possamos receber tudo o que Deus tem para nós. Honrar a unção nos posiciona para receber a plenitude das promessas de Deus.

Rodrigo Silva é professor do Rhema Brasil e Ministro ordenado servindo na Igreja Verbo da Vida em Campo Grande – RJ.