Andando na contramão do mundo

Converter-se a Deus é entrar em uma jornada de transformação, marcada por escolhas, renúncias e recompensas. Isto é, andamos na contramão do mundo, dos nossos desejos e das ideologias deste século. Ao longo de décadas, muitos passam por experiências que testam sua fé: casamentos, filhos, netos, conquistas e também provações. O início costuma ser incerto. É quando o inimigo aproveita para semear medo, insegurança e dúvida. Mas há uma verdade inabalável: confiar em Deus vale a pena.

A vida com Deus oferece instruções, oportunidades e ambientes de fortalecimento. O testemunho é uma dessas ferramentas. Ele é uma “cópia” daquilo que Deus já fez na vida de outros e pode repetir em qualquer um que crê. Quantas histórias existem como prova do cuidado de Deus em meio a circunstâncias adversas!

Na contramão de desejos pessoais

Muitas vezes, seguir a vontade de Deus significa ir na contramão dos desejos pessoais, amizades, prazeres momentâneos ou propostas aparentemente vantajosas. Mas andar com Deus exige firmeza. Houve tempos em que, diante da pressão de um relacionamento que não estava alinhado com os princípios divinos, foi necessário abrir mão, resistir, permanecer fiel. E cada escolha certa, mesmo que dolorosa no início, gerou livramento, estabilidade e paz.

A fidelidade não nasce de forma automática. É fruto de decisões conscientes. É preciso buscar a Deus em oração, se envolver com a Palavra e cultivar ambientes de fé. Não se trata apenas de força de vontade, mas de se posicionar de forma intencional, mesmo quando as circunstâncias pressionam para ceder.

Daniel e seus amigos são exemplos poderosos. Mesmo diante da possibilidade de desfrutar das melhores oportunidades no império babilônico, decidiram firmemente não se contaminar com os manjares do rei. Fizeram uma escolha de integridade que, a longo prazo, trouxe honra da parte de Deus. A obediência muitas vezes não traz vantagem imediata, mas constrói um caminho sólido.

Firmes em sua fé

A decisão de não se curvar, mesmo diante da ameaça de morte, como fizeram os amigos de Daniel ao recusarem adorar a imagem de Nabucodonosor, resultou em um livramento sobrenatural. O fogo não teve poder sobre eles. Não porque eram perfeitos, mas porque estavam firmes em sua fé.

Esses exemplos mostram que não se vive apenas da fé dos outros. Chega um momento em que cada pessoa precisa decidir por si mesma. As recompensas do Céu não se baseiam no status ministerial ou na visibilidade espiritual, mas na fidelidade e obediência a Deus.

Manter-se firme requer alimentação espiritual contínua. Uma vida em chamas precisa de combustível: a Palavra, a oração e o relacionamento com o Espírito Santo. Esses três pilares sustentam o cristão em sua caminhada, fortalecendo-o contra distrações e tentações. A ausência desse alimento diário fragiliza a fé, abrindo espaço para o desânimo e a confusão.

A consagração é uma decisão pessoal

Há um exemplo marcante nas Escrituras: Saul recebeu uma instrução clara de esperar sete dias. Ele chegou até o prazo, mas, por ceder à pressão do povo e ao medo, adiantou-se. O profeta chegou logo após, e sua atitude precipitada lhe custou o reino. Ele foi vencido pelas circunstâncias, perdeu a oportunidade que Deus havia preparado para ele. Quantos, hoje, vivem situações semelhantes, cedendo antes do tempo e perdendo bênçãos por não perseverarem?

Deus deseja conduzir, mas não força ninguém. A consagração é uma decisão pessoal. É preciso estar disposto a ir contra o fluxo, inclusive quando isso significa sair de ciclos de amizades, ambientes familiares tóxicos ou hábitos destrutivos. Existem momentos decisivos em que é necessário levantar-se, dar passos visíveis, responder ao toque de Deus com atitudes concretas. Quando se escolhe permanecer firme, mesmo diante da tentação ou do medo, Deus responde com graça, livramento e renovo. Ele cobre com força, restaura a alegria e fortalece o coração.

A presença de Deus é contínua. Seu amor é inabalável. Aqueles que confiam n’Ele, mesmo pressionados, permanecem. E cada passo em direção a Ele abre portas de restauração, cura e recomeço. Se há um chamado, é este: permaneça. Persevere. Não seja vencido pelo tempo, pelo medo ou pelas pressões. Escolha Deus. Escolha permanecer do lado da Palavra. Pois, ao fim, a fidelidade será recompensada com alegria, paz e uma vida que glorifica ao Senhor.

*Trechos da mensagem do dia 31 de maio de 2025, no Culto de Jovens.