Compreendendo a Trindade

Vamos compreender parte daquilo que cremos como igreja, abordando a veracidade das Escrituras e a Trindade.

“Pelo contrário, santifiquem a Cristo como Senhor em seus corações, estando sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (I Pedro 3.15).

A Bíblia nos orienta a estarmos sempre preparados para dar razão da esperança que habita em nós. No grego, a palavra para “responder” é “apologia”, significando defesa ou afirmação. Como igreja, é crucial entendermos o porquê de crermos no que cremos e estarmos prontos para justificar nossa esperança.

Começando pela Trindade, esta é uma doutrina fundamental que precisa ser estabelecida desde os primeiros estágios de nossa fé cristã. Nossa declaração de fé aponta o que cremos sobre a Trindade.

Cremos na trindade

Nosso Deus é uno, revelando-se em três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo (II Coríntios 13.13 e Mateus 28.19), os quais são co-iguais (Filipenses 2.6, I Coríntios 2.10-12). Deus Pai é a fonte da Palavra (Logos) e o gerador da vida (João 14.28, 16.28 e 1.14). O Filho é o Verbo encarnado, existente com o Pai desde o princípio e miraculosamente gerado no ventre de Maria (João 1.1, 1.18 e 1.14). O Espírito Santo procede tanto do Pai quanto do Filho, habita em nós, nos guia, nos fortalece e é eterno (João 15.26, I Coríntios 6.19, Romanos 8.14 e Efésios 3.16).

Um único Deus

A Trindade é uma doutrina que reafirma a unidade de Deus, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo, embora seja um único Deus. Embora a palavra “Trindade” não seja encontrada na Bíblia, o conceito é claramente identificável nas Escrituras. Aqueles que não compreendem esse tema muitas vezes nos acusam de crer em três deuses, quando, na verdade, cremos em um único Deus.

A Bíblia apresenta Deus em três pessoas distintas com funções específicas. Um exemplo disso está em Mateus 3.16, em que após o batismo de Jesus, o Espírito Santo desce sobre ele na forma de uma pomba e a voz do Pai é ouvida, declarando: “Este é o meu Filho amado”.

Aliás, essa realidade também é evidente em Atos 20.28, no qual o apóstolo Paulo, ao falar com presbíteros, menciona que a igreja foi comprada pelo sangue de Cristo e que bispos foram constituídos pelo Espírito Santo. Além disso, encontramos outro exemplo em II Coríntios 13.13, onde Paulo menciona a graça do Senhor, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo.

Embora a doutrina da Trindade possa parecer paradoxal, não devemos rejeitá-la. Há mistérios na fé que aceitamos pela fé, sem tentar racionalizar tudo. Gênesis 1.1 nos apresenta uma indicação da pluralidade de Deus, em que “Elohim”, traduzido como “Deus”, é uma palavra hebraica que aponta para o plural. Em Gênesis 3.22, a expressão “um de nós” também sugere essa pluralidade. No evangelho de João 10.30, Jesus afirma sua unidade com o Pai, enquanto nos versículos 17 e 18 do capítulo 8, fala de si mesmo e do Pai, reconhecendo distinção e unidade.

Assim, negar a Trindade é negar a maneira como Deus se revelou aos homens para salvá-los. Efésios 1.1-14 destaca o papel conjunto do Pai, do Filho e do Espírito Santo na obra da salvação.

Cremos nas escrituras

Ademais, a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus, escrita por homens santos do passado que falaram e escreveram sendo movidos pelo Espírito Santo. Cremos na Nova Aliança, registrada no Novo Testamento, como nosso guia infalível em questões de conduta e doutrina (II Timóteo 3.16, I Tessalonicenses 2.13 e II Pedro 1.20-21).

Em II Timóteo 3.16, Paulo afirma que toda Escritura é inspirada por Deus, utilizando a palavra grega “pneuma”, que significa “sopro de Deus”. Dessa forma, a Bíblia, diferentemente de outros livros, é inerrante, infalível, viva e eficaz.

Jesus mesmo confirmou o Antigo Testamento como Palavra de Deus. O apóstolo Pedro, em II Pedro 1.19-21, assegura a confiabilidade das Escrituras, destacando que a profecia não provém de interpretação humana, mas de homens que falaram inspirados pelo Espírito Santo.

Podemos confiar na Palavra de Deus

Podemos confiar na Palavra de Deus, pois ela foi completamente inspirada pelo Espírito Santo. A vida de Deus está em Sua Palavra, como Provérbios 4.20-22 nos ensina, trazendo saúde e poder. A Bíblia não é apenas um livro, mas uma janela para a eternidade neste mundo. Em breve, nos encontraremos com nosso Senhor Jesus Cristo e contemplaremos Sua face.

A Bíblia determina o curso de nossa fé e conduta, sendo nosso manual de fé e prática. Devemos não apenas adquirir conhecimento dela, mas também obedecer seus preceitos. Tiago 1.22-25 nos exorta a praticar a Palavra, e os que a praticam são bem-aventurados.

Portanto, a Palavra de Deus deve habitar ricamente em nós, conforme Paulo ensina em Colossenses. Devemos buscar, aprender e compartilhar aquilo que tem transformado nossas vidas.

*Trechos da mensagem do dia 10 de março de 2024, na Escola Domincal.