Cooperando ou atrapalhando o Espírito Santo?

“Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (I Tessalonicenses 5.16-22).

Sabe, irmãos, esse trecho “Não apagueis o Espírito” me desperta curiosidade. E, para começar esta noite, quero trazer um questionamento: você está sendo um cooperador da obra do Espírito Santo na sua vida, dentro de você? Ou está atrapalhando?

“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito! Porque, se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça. Porquanto, na verdade, o que outrora foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobre-excelente glória. Porque, se o que se desvanecia teve sua glória, muito mais glória tem o que é permanente” (II Coríntios 3.7-11).

Um ministério permanente

Preste atenção: neste texto Paulo faz associação entre o Velho Testamento e a Nova Aliança. As pedras lembram o quê? A lei apontava para o homem, para sua incapacidade de justiça, para o pecado. Paulo traz o contexto de Moisés e do período no deserto. Muitas vezes ele subia ao monte para se encontrar com Deus e, ao descer, as pessoas não conseguiam olhar para o seu rosto por causa da glória que resplandecia. Se antes era assim, imagine na Nova Aliança!

Eu já olhei para esse texto com desconfiança. Mas entendi que ele não fala apenas de uma glória externa e transitória. Paulo afirma que este novo ministério é permanente, é o Ministério da Justiça. Então declare: é algo que está acontecendo dentro de nós.

“Tendo, pois, tal esperança, servimo-nos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia” (II Coríntios 3:12-13).

Era como se Moisés tivesse de subir ao monte para “recarregar” a glória, porque era transitória.

“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (II Coríntios 3.17).

Onde está o Espírito de Deus?

Onde está o Espírito de Deus? Na Velha Aliança, no monte? Ou na Arca, acessada apenas pelos sacerdotes? Não. Na Nova Aliança, Ele está dentro de mim e de você. A presença de Deus não está mais em Arcas, Templos ou montes: está em nós. Onde a presença de Deus está, há liberdade.

Havia condenação, mas um dia ouvimos falar de Jesus Cristo, fomos transportados para o Seu amor e libertos. Onde o Espírito de Deus está, há liberdade. Paulo enfatiza isso com força.

“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (II Coríntios 3.18).

O ministério da morte não produzia justiça, mas o Espírito traz vida, um processo progressivo. Esta é a obra do Espírito Santo em nós: transformar de glória em glória, de fé em fé. A vereda do justo se renova a cada dia. Esse é o ministério do Espírito.

“O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos” (Colossenses 1.26).

A esperança da glória

O mistério foi revelado: a presença de Cristo em nós é a esperança da glória. É um processo de crescimento e amadurecimento, até que, naquele dia, nosso corpo será glorificado. Esse é o plano do Espírito Santo.

Voltando ao questionamento: estamos cooperando ou atrapalhando a obra do Espírito Santo?

“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado” (João 7.37-39).

Quem crê em Jesus aqui? A obra do Espírito Santo em nós são esses rios de águas vivas. E rios não são parados: eles fluem. Assim também é a obra do Espírito em nós, constante, progressiva, transformadora.

“Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (I Coríntios 2.9-10).

Coloque os dons em prática

O Espírito já está pronto, irmãos. Mas muitas vezes o atrapalhamos quando vivemos presos ao passado, alimentando-nos de porções antigas. Se seus dias mais intensos com Deus ficaram no passado, você está apagando a obra do Espírito na sua vida. Cooperar é renovar a mente constantemente, permanecer em oração, cultivar os dons. Não use “equilíbrio” como desculpa para falta de fervor. Maturidade não significa frieza.

Chega de passividade. Já recebemos os dons do Espírito. Cabe a nós colocá-los em prática, buscar a porção de hoje e nos posicionar na presença de Deus. A unção despedaça jugos, mas precisa ser ativada. O Espírito Santo está dizendo: “Eu ainda não acabei com você. Estou aqui e preciso de espaço para atuar e agir”.

*Trechos da mensagem do dia 23 de setembro de 2025, no Culto do Espírito.