Certa vez, estudando para as minhas atribuições como médica, me debrucei sobre os livros de biologia e descobri sobre um animal chamado Baleia-jubarte. É um animal imenso! Segundo especialistas, elas podem medir até 14 metros e pesar 25 toneladas.
Os cientistas começaram a estudar os sons emitidos por essas baleias e descobriram que elas produzem sinais sonoros sempre que vão se mover de um local para outro ou quando chega o tempo de se multiplicar. Isso ocorre porque elas andam em família, em bando. O que uma faz, precisa reverberar em todas as outras. É assim que elas avançam.
Não importa o quão grande seja o chamado que Deus tem para a sua vida. Ele o chamou para andar em família. A sua igreja é um ambiente onde cabe você. Nós fomos chamados a andarmos juntos, emitindo o mesmo som. Essa marca está impressa na nossa própria natureza e é assim que ocorre avanço e multiplicação.
Deus deseja gerações conectadas
O Senhor conecta pessoas e propósitos. No entanto, emitir um “som errado” ou não emitir som nenhum, pode fazer com que grandes potenciais fiquem encalhados. Você não avança de boca fechada. O som implantado dentro de nós é a Palavra da Fé e, quando verbalizamos juntos essa nota do Espírito, há avanço e a multiplicação.
(Leia I Reis 17.10-16)
Imagino Elias ouvindo que seria mantido em terra estrangeira por uma viúva. De pronto, ele deve ter imaginado uma viúva rica, herdeira de grandes posses e apta para ser uma fiel mantenedora da obra de Deus. Afinal, Elias era experimentado nas Escrituras e nos dons, que sabia o quanto Deus podia fazer.
Do outro lado, a Bíblia diz que Deus já havia ordenado a viúva para ajudar Elias. Ora, se ela já havia recebido uma Palavra do Senhor, devia ter as próprias expectativas também. Possivelmente, pensou: “Recursos vão chegar! Não sei como, mas serei suprida!”.
Os dois foram surpreendidos pela realidade. Como Elias reconheceu aquela mulher como a que Deus havia designado para encontrá-lo? A sinalização do Espírito com certeza foi fundamental. Precisamos ter cuidado. Às vezes, deixamos de nos associar com pessoas e ignoramos as notas de Deus porque nos enganamos com capas e estereótipos. Nós não nos movemos por aparência, mas pelas instruções vindas diretamente do Senhor.
Aquela viúva não se negou a dar água, afinal ela tinha ao menos aquilo. Mas quando o profeta pediu comida, a coisa era diferente. Você já percebeu que Deus nos desafia? Pede de nós o que parece que vai além de nós mesmos? A nossa primeira reação é pensar: “Isso não poderia acontecer mais para frente? Quando eu estiver em melhores condições?”. Não se preocupe quanto a isso. Deus liberou aquela porção naquele momento justamente para destravar e acelerar processos.
Se aquela viúva não tivesse se associado ao profeta, teria morrido de fome junto ao filho. Mas, quando gerações e chamados se conectam, algo é liberado. O problema é que aquele que está começando, por vezes, se torna tímido. Afinal, como ele pode ajudar? Deus olha para este jovem e diz “a resposta para o que você ainda não tem está em usar o que já lhe dei!”.
O diabo sempre se relaciona com você apontando as suas fraquezas: o que você ainda não é, o que você ainda não tem, onde ainda não chegou. Deus, no entanto, já está do outro lado da história. Ele já o enxerga pelo seu futuro, já chama você pela identidade que atribuiu a você.
Deus não se relaciona com quem você é. Ele se relaciona com quem sabe que você irá se tornar!
Deus não deu uma Palavra a uma viúva moribunda! Deus estava falando com a viúva próspera, alcançada pelo poder d’Ele. Associações certas podem promover um processo de aceleração na sua vida. Digo isso não apenas para jovens, mas novos convertidos, pessoas que estão retornando ao Evangelho ou quaisquer outros que ainda não possam ser chamados de “maduros” na fé.
Em João 6, os discípulos avistaram um menino com cinco pães e dois peixinhos. Eles perguntaram o que era aquilo para alimentar tanta gente. Você que tem mais intimidade com Deus, não despreze o que os jovens têm para ofertar. Jesus não disse: “Tirem esse menino daqui”. Ele disse: “Vamos unir diferentes gerações”.
Provavelmente, o garoto ofereceu a comida que tinha. Nunca ache que aquilo que você tem é pouco para a obra de Deus. Comece com o que tem! O cajado de Moisés também parecia pouco. Era um pedaço de pau sujo usado para enxotar ovelhas. Porém, por meio daquilo, grandes milagres aconteceram e possibilitaram a libertação dos hebreus.
Deus sabe do seu futuro, acredite. Ele já esteve lá! Quando Jesus conversou com pobres pescadores, eles também afirmaram não ter nada, só a rede vazia, mas aquilo foi o suficiente. Quando a rede vazia foi lançada em obediência a Deus, a provisão chegou e não foi mero sustento. Quando os discípulos retornaram à praia, já não era preciso retirar as escamas nem temperar o peixe. O banquete estava pronto!
Quando Deus lhe pede o que você tem, Ele não quer tirar nada, mas Ele quer multiplicar. Certa vez, um homem foi acometido por lepra. Enquanto a doença o consumia, ele seguia esculpindo silenciosamente, exercitando o ofício que havia aprendido com o pai. Em dado momento, as suas mãos já não eram as mesmas, mas ele continuou. Por causa disso, ele criou um legado artístico conhecido e estudado até hoje. Esse homem foi o conhecido “Aleijadinho”, mas ele não deixou que esse título o definisse. Não deixe que nada defina você. Atente-se apenas ao que Deus diz a seu respeito!
*Trechos da mensagem do dia 02 de abril, no Culto de Celebração.