
Professora do Centro de Treinamento Bíblico Rhema
Simão (que viria a ser chamado Pedro) era um humilde pescador que tirava seu sustento do ofício nos mares. No dia em que a passagem abaixo aconteceu, ele já estava guardando as redes e havia desistido de pegar qualquer coisa, pois todas as tentativas foram frustradas. É nesse cenário que Jesus aparece.
“E aconteceu que, apertada pela multidão que queria ouvir a palavra de Deus, ele estava próximo ao lago de Genesaré; E viu dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, tendo descido deles, estavam lavando as redes. Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra; e, sentando-se, ensinava a multidão do barco. E, quando terminou de falar, disse a Simão: ‘Leva o barco para águas mais profundas e lançai as vossas redes para pescar’. Simão respondeu, dizendo-lhe: ‘Mestre, trabalhamos a noite toda e não pegamos nada; mas, pela tua palavra, lançarei a rede’. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e a rede se rompia” (Lucas 5.1-6).
Lançando as redes
Quando Cristo entra naquele ambiente, encontra Pedro cansado, estressado, frustrado e desanimado. Nosso Senhor olhou para ele e o orientou a lançar novamente as redes em águas mais profundas. Quando o pescador obedece, temos então um dos relatos mais conhecidos da Bíblia: a pesca maravilhosa. As redes foram recolhidas repletas de peixes, de tal forma que foi preciso ajuda de outros trabalhadores ali presentes.
Onde você está lançando suas redes? Cada vez que leio essa história, percebo que todo nosso desânimo, toda nossa falta de alegria vem do fato de que não estamos lançando nossas forças e expectativas no mais profundo de Deus. É por isso que parecemos estar sempre girando em círculos e revisitando os mesmos problemas.
Mergulhando em águas profundas
Não fomos chamados a viver em águas rasas. Na superficialidade, não encontraremos o que precisamos. Há muito do Senhor que ainda não experimentamos, porque relutamos em sair de nossa zona de conforto. Não queremos deixar de lado nossa própria vontade. Às vezes, temos nosso próprio modo de fazer as coisas, nosso horário para lançar nossas redes e não deixamos espaço para que a direção de Deus nos leve a resultados melhores.
Em Ezequiel 47.1, lemos o relato de uma visão que o profeta teve, falando claramente sobre um rio que cura e transforma tudo; trata-se do Rio de Deus, dos níveis da ação e presença do Espírito Santo em nossas vidas. Quando Ezequiel atravessava aquelas águas, não estava sozinho. Havia um anjo o chamando e encorajando.
Porém, em dado momento, o anjo já não o chamava. Ezequiel já fluía, levado pela correnteza das águas mais profundas. É assim que o Senhor deseja nos ver. Falamos muito em avivamento, desejamos uma onda do Espírito que mude tudo ao nosso redor, mas deixe-me dizer algo: nunca vi um rio sair do lugar para encontrar quem está por perto. Somos nós que decidimos nos aproximar. Nós que decidimos orar mais, ler mais a Bíblia, adentrar num nível maior de consagração. É nossa sede por Deus que define até que nível as águas nos atingirão.
Saindo da superficialidade
Talvez você olhe para sua vida de oração e pense “não está fazendo diferença”. Vou te deixar um convite: que tal andar mais mil côvados, tal qual o profeta Ezequiel? Que tal andar em direção ao mais profundo do rio? Debaixo d’água, não conseguimos ouvir as vozes que estão na margem. Ali, no mais profundo, as pressões e problemas não podem continuar falando alto em nossas vidas.
Que eu e você possamos entender o sentido de sair da superficialidade. Sejamos intencionais em nossas escolhas, em nosso modo de ser e em nossas atitudes diárias, sem perder nenhuma oportunidade de desfrutar da presença d’Ele. Que possamos seguir sem jamais apagar a ação do Espírito Santo em nossas vidas.
*Trechos da mensagem do dia 23 de abril de 2024, no Culto do Espírito.
1 Comentário
Paz Crística. Gratidão por esta maravilhosa orientação me ajudou muito no meu estudo. Que o Espírito Santo te Ilumine cada vez mais.