
Integrante da diretoria da igreja
“Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse: Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar” (Lucas 14.25-27 – NTLH).
A Palavra de Deus não assume a forma do ambiente em que ela está inserida, ela é imutável! Estamos aqui na terra, não para nos amoldar aos dizeres da sociedade, mas para fazer o que a Palavra de Deus nos diz.
Jesus foi categórico nessa passagem. Ele estava ecoando aquele mandamento de: “amarás ao Senhor teu Deus, de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu entendimento”. Jesus evidencia que, no Evangelho, é tudo ou nada. Não há meio termo! Jesus faz um discurso forte, mas Ele está indicando a porta de entrada do Evangelho.
Ele trouxe essa Palavra antes de ser crucificado, mas a cruz que Ele carregou não é a mesma cruz que Ele indica para carregarmos. Aquela cruz de madeira, somente Jesus poderia carregar. Era a cruz que assumiu nosso lugar, que levou nossos pecados e enfermidades. Mas da mesma forma que a cruz que Jesus carregou representava morte, a cruz da passagem de Lucas também representa morte; porém, é a morte das nossas vontades, do nosso “eu”.
Em Filipenses 3.7, Paulo fala que todo conhecimento natural que ele adquiriu se tornou perda por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus. Paulo foi alguém que morreu para aquilo que considerava, naturalmente, como ganho.
Perca a sua vida
O problema é que, muitas vezes, nossas vidas estão sendo preciosas demais para nós. Mas no Reino de Deus, aquele que perder a sua vida, por amor ao Senhor, esse a ganhará.
“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar” (Lucas 14.28-30 – ARA).
Quem começa a construir e não termina, se torna motivo de zombaria, não só para si mesmo, mas também para o Evangelho. Jesus estava ensinando à multidão e, naquela multidão, certamente, haviam pessoas que queriam respostas para as suas necessidades. Pessoas que, talvez, já haviam acompanhado Jesus em outros momentos e pessoas também que estavam lá com interesse no alimento que Jesus multiplicou.
Todos nós, um dia, fomos multidão, mas o Evangelho de Jesus não diz para a multidão permanecer como está, mas à convida a se transformar em discípulos. Na multidão, não há transformação. Ao falarmos sobre “Mentalidade no alto”, precisamos decidir ser multidão, e não discípulo.
A multidão buscava Jesus pelo que Ele podia fazer, e isso não é ser cristão. Isso é ser um mercenário. O verdadeiro cristão, o verdadeiro discípulo, deve buscar Jesus por quem Ele é!
No Brasil, há uma estatística de cristãos que vai de 70 a 80%. Mas será que esse número corresponde a verdadeiros discípulos de Jesus? Existe um outro lado da pregação do Evangelho, que é: ser discípulo de Cristo vai lhe custar tudo.
Esse é o lado que nem sempre é pregado, mas que merece atenção. O Evangelho é poder de Deus para transformação, para mudança de vida. O verdadeiro Evangelho não é aquele que prega: “Venha como está e permaneça dessa forma”. É necessário santidade, mudança de rota e arrependimento para viver o cristianismo.
Em Mateus 9.37, Jesus fala que a seara é grande, mas poucos os ceifeiros. Os trabalhadores são poucos, pois poucos têm decidido mudar a mentalidade de multidão, que é de apenas receber, para ser aquele que dá, que serve, que doa sua vida.
Enquanto a multidão busca o milagre, o discípulo busca Jesus. Deus não é contra os resultados, pois Ele nos promete isso na Sua Palavra. Os benefícios da salvação já estão disponíveis! Mas eles são consequências de algo: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33).
Não adianta o resultado, sem a presença de Deus
O Deus da obra é maior do que a obra. O Deus que fez a promessa é maior do que a promessa!
Há pessoas buscando ao Senhor interessadas na sua performance ministerial. Mas o Deus que deu o chamado é maior que o chamado. O Deus que deu os dons é mais digno de amor, de intencionalidade e de busca! O perigo de fazer as coisas sem essa intencionalidade é cair na religiosidade, .
No Jardim do Getsêmani, Jesus falou: “Pai, se possível, afaste de mim esse cálice”, mas sua oração não parou aí, graças a Deus! Jesus continua sua oração declarando: “Mas não seja feita a minha vontade, mas a Tua”. Você pode sair da posição de multidão e percorrer esse processo de mudança, orando essa oração de Jesus.
O padrão do mundo leva as pessoas a fazerem qualquer coisa que as deixem felizes. Mas no Evangelho de Jesus não é assim, há uma renúncia, há uma cruz, é necessário morrer para si mesmo para segui-lO.
Jesus confronta a multidão para que os que fazem parte dela se tornem discípulos. Jesus faz um convite: “aquele que quiser”. Esse é um passo de entrega voluntária, pessoal e você pode começar esse caminho servindo ao Senhor na sua igreja local de todo coração
Existe uma presença santa do Espírito Santo o habilitando a decidir por essa mudança. Essa ministração não é sobre você abandonar tudo que tem e viver para a igreja, mas sobre você estar disposto a abdicar de tudo que possui por amor ao Senhor. É sobre não ter sua vida por preciosa!
Você só vai ter a paz que excede todo o entendimento estando no centro da vontade de Deus, e isso começa tornando Jesus como seu Senhor e Salvador, escolhendo sair da multidão e se tornando um discípulo.
*Trechos da mensagem do dia 16 de março de 2025, no Culto de Celebração.