
Missionários em preparação para países de acesso criativo
Fazemos parte de uma igreja missionária, mas não podemos nos esconder por trás do trabalho da igreja e terceirizar a nossa responsabilidade individual no cumprimento da grande comissão de pregar o Evangelho. Sabemos que alguns têm mais jeito, mas o chamado é para todos, para quem tem facilidade de falar e para quem é tímido.
Uma pesquisa recente mostrou que 93% da igreja de Cristo não compartilham a sua fé com outras pessoas. Mas o Evangelho mostra que a nossa fé não é, e não pode ser, particular. O respeito à diversidade e à privacidade não pode nos calar. Nosso Cristo foi crucificado nu, para nos salvar. Como podemos ter vergonha de falar sobre Ele?
Mais de dois mil anos depois de Cristo, 42% da humanidade ainda não ouviram falar de Jesus. Como isso é possível? Precisamos nos perguntar. A responsabilidade de pregar o Evangelho não foi dada a um punhado de pessoas; ela é de todos nós.
Somos a luz do mundo
Talvez você não tenha o chamado para cruzar as fronteiras do seu país, mas todos nós fomos chamados para cruzar a fronteira entre a luz e as trevas. Precisamos buscar quem está nas trevas. Somos a luz do mundo; não podemos querer brilhar apenas onde já existe luz demais.
Em Romanos 15:20, Paulo conta que se esforçou para anunciar o Evangelho em lugares onde Cristo ainda não era conhecido. Ele foi a lugares onde as pessoas ainda não tinham ouvido falar de Jesus.
O próprio Jesus decidiu ir com seus discípulos para lugares novos.
“E, tendo chegado a tarde, quando já se estava pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados. E toda a cidade se ajuntou à porta. E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios; porém, não deixava falar os demônios, porque o conheciam. E, levantando-se de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu e foi para um lugar deserto, e ali orava. E seguiram-no Simão e os que com ele estavam. E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam. E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim” (Marcos 1:32-38).
Não é pela força do nosso braço
Um missionário escreveu: “Enquanto houver milhões de seres humanos sem a palavra de Jesus, será impossível devotar o meu tempo e a minha energia para aqueles que já a têm.” Essa afirmação precisa nos incomodar a fazermos a nossa parte. Apenas 3% dos missionários estão indo para aqueles que nunca ouviram sobre Cristo.
Os muçulmanos são o maior povo que ainda não conhece Jesus. É o maior campo missionário de acesso criativo, onde não se pode falar de Jesus abertamente. Nessa nação, existe apenas um missionário para cada 450 mil muçulmanos. Um povo que se prostra para um deus morto. Isso gera compaixão no meu coração.
Você pode olhar para a gente indo para essa nação e pensar: “Eu não tenho essa coragem.” Mas lembre que é na nossa fraqueza que Deus opera. Quando temos comunhão com o Senhor, quando vemos a glória de Deus, é impossível não transbordar amor. Não é pela força do nosso braço; é Ele quem faz acontecer. Não somos mais corajosos por estarmos no Oriente Médio; somos apenas cooperadores daquilo que Deus está fazendo ao redor do mundo.
Como adorarão se não O conhecerem?
Encontramos uma comunidade no meio do deserto onde não havia um cristão sequer, um lugar 100% muçulmano. Um lugar onde nem uma pessoa adorava ao Senhor. Temos o privilégio de poder invocar o Senhor e entoar louvores de adoração, mas aquelas pessoas não podem fazer isso, porque não conhecem o Senhor. Como adorarão se não O conhecerem? E como O conhecerão se ninguém O apresentar?
Conhecemos uma família sobrevivente a uma ação do Estado Islâmico. Eles foram aprisionados, mas conseguiram fugir para outra nação. No refúgio, o pai sonhou com um homem que colocava a mão em seu ombro e dizia para ele ficar tranquilo. Depois desse relato, tudo o que eu precisei fazer foi falar para ele do Deus Emanuel, o Deus conosco. Essa história mostra a importância de estarmos em todos os tipos de lugares, cumprindo o nosso papel. A igreja precisa alcançar todo tipo de pessoa.
No Oriente Médio, também temos um espaço de convívio para as crianças. Jogamos futebol e podemos levar ensinamentos bíblicos para elas. Onde o Evangelho não pode ser pregado abertamente, contamos histórias para ensinar princípios bíblicos.
O que você precisa para cumprir o seu chamado?
Não podemos fazer tudo o que gostaríamos, porque faltam trabalhadores. Não precisamos estar 100% prontos para o campo missionário; Deus nos capacita. Nada pode impedir o nascimento de uma igreja. Testemunhamos o nascimento de uma igreja no lar, depois de um ano do primeiro contato com uma família naquela localidade. Não existe “talvez”, mas, sim, a certeza de que o Reino de Deus vai avançar.
Lembro de uma história sobre um pastor moraviano que foi incomodado pelo Senhor para que o Evangelho chegasse ao Alasca. Ele foi direcionado a enviar o oleiro daquela cidade e explicou ao homem que precisava ir sozinho, sem recursos e com a possibilidade de nunca mais voltar. O oleiro orou por dois minutos e disse que precisava apenas de um par de sandálias usadas. Ele foi para o Alasca e nunca mais foi visto. Não sabemos o nome dele, mas sabemos que mais de 50% dos esquimós já são crentes. Te pergunto, então: o que você precisa para cumprir o seu chamado?
*Trechos da mensagem do dia 15 de junho de 2025, no Culto de Missões.