
Integrante do Departamento de Música da Igreja Sede
Irei compartilhar uma palavra sobre a importância de considerar a presença de Deus. Muitos falam sobre o Espírito Santo e o acesso que temos ao Pai por meio d’Ele, mas há uma diferença entre saber que Ele habita em nós e viver de forma consciente dessa presença. É sobre isso que vamos refletir juntos.
Desde o Antigo Testamento, a presença de Deus era representada pela arca da aliança. O povo de Israel sabia que, onde quer que a arca estivesse, algo sobrenatural podia acontecer. No entanto, eles não tinham acesso direto a essa presença – apenas o sacerdote podia entrar naquele lugar. Era um vislumbre da glória que hoje temos pleno acesso.
Em certa ocasião, a arca foi capturada pelos filisteus. Eles a colocaram ao lado da estátua de Dagom, e esta caiu diante da arca. Mesmo sem compreender plenamente, eles perceberam que aquela arca representava algo muito poderoso – mas continuavam a tratá-la como um amuleto. O problema não estava na arca, mas na falta de entendimento e reverência quanto ao que ela simbolizava.
Onde há honra à presença, há manifestação
Quando Saul se tornou rei, houve a intenção de trazer a arca de volta, mas a urgência dos problemas desviou sua atenção da presença. Ele negligenciou o essencial. Já Davi, ao assumir o reinado, declarou que a arca precisava retornar. Ele não queria cometer o mesmo erro de Saul. Davi valorizava a presença e compreendia que, sem ela, Israel não avançaria.
A arca passou 20 anos na casa de Abinadabe sem que houvesse transformação. Mas bastaram três meses na casa de Obede-Edom para que a bênção alcançasse toda a sua família. Não se trata apenas de proximidade física da presença, mas de consideração, de reverência. Onde há honra à presença, há manifestação.
Hoje, nós não carregamos uma arca física. Jesus veio, cumpriu a promessa, morreu por nós, ressuscitou e enviou o Espírito Santo. O véu foi rasgado. O acesso foi liberado. A presença habita em nós.
A presença transforma
A história de Zaqueu, em Lucas 19, nos mostra o poder dessa presença. Ele era um homem importante, mas subiu em uma árvore para ver Jesus. Isso revela o desejo do coração. Quando Jesus o viu, decidiu ir até sua casa. E o simples fato de estar diante da presença fez Zaqueu reconhecer suas falhas e mudar de atitude. A presença transforma.
Na conversa entre Jesus e a mulher samaritana, Ele revela que os verdadeiros adoradores adorariam ao Pai em espírito e em verdade. A presença física de Jesus naquela conversa mudou a perspectiva daquela mulher e nos deixou uma das maiores lições sobre adoração.
Hoje, não precisamos mais de um sacerdote para nos conduzir. Podemos buscar a Deus em qualquer lugar – em casa, no carro, nas tarefas do cotidiano. O Espírito Santo nos assiste. Há, no entanto, uma diferença entre apenas carregar essa presença e viver conscientes dela.
Muitas vezes, enfrentamos dificuldades, e nossa tendência é buscar soluções naturais. Mas quando consideramos a presença, nossa postura muda. A resposta pode não estar em resolver tudo por esforço próprio, mas em reconhecer e acessar o que já está disponível pela graça.
Adore ainda mais
Além disso, a Palavra nos lembra: “Vocês são templo do Espírito Santo”. (I Coríntios 3:16). Jesus é o nosso sumo sacerdote, assentado à direita de Deus, e já realizou o sacrifício perfeito. Isso significa que tudo o que precisamos já nos foi provido. Temos motivos suficientes para adorar – mesmo sem pedir nada, apenas por quem Deus é.
O inimigo muitas vezes tentará nos distrair, nos roubar o tempo com Deus e impedir nossa adoração. Mas a resposta não é nos calar – é adorar ainda mais. Em vez de se ocupar apenas com o que precisa ser resolvido, gaste mais tempo na presença. As coisas começam a se alinhar naturalmente quando Ele se torna a prioridade.
Por fim, lembre-se: Marta e Maria estavam na mesma casa com Jesus. Uma se preocupava com as tarefas; a outra escolheu estar aos pés do Mestre. Essa é a escolha que fazemos diariamente: priorizar a presença acima das urgências. Quando adoramos, não o fazemos apenas pelo que Deus pode nos dar, mas pelo que Ele já fez. Fomos feitos filhos, temos um novo nome, temos livre acesso. Desfrute da presença. Ela é o maior presente que nos foi dado.
*Trechos da mensagem do dia 24 de junho de 2025, no Culto do Espírito.