Professora do Centro de Treinamento Bíblico Rhema
A mudança que vivemos é de natureza, e não apenas de status religioso. Eu era pecador, destinado ao inferno, filho da ira, condenado a viver debaixo do jugo de Satanás. Mas Jesus mudou a minha natureza e me fez ressuscitar por dentro, quando eu o aceitei como Salvador. Assim, Ele construiu um caminho para que eu pudesse acessar o trono de Deus. Esse é o quadro da redenção descrito pela Bíblia.
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça sois salvos — e, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Efésios 2.1-7).
Uma história de redenção
O homem rompeu o acesso a Deus, mas vemos nas Escrituras a construção de uma história de redenção. Jesus veio de forma correta, tomou o nosso lugar para que pudéssemos desfrutar da presença do Pai.
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5.17-21).
O pecado ergueu um muro
Quero destacar, no versículo 17, a palavra “novo/nova”. No grego, a palavra é kainós, que significa: novo (quanto à forma); recentemente feito; de um novo tipo; sem precedente; não usado, não gasto, fresco. Essa definição fala sobre mim e sobre você. Paulo dizia aos coríntios que Jesus os havia transformado em uma nova criação.
O pecado ergueu um muro, impedindo que Deus tivesse acesso direto ao homem. Para manter algum nível de acesso, Deus instruiu Moisés a instituir um sistema sacrificial. Porém, fora do Tabernáculo, as pessoas viviam com medo de Deus por causa do pecado. Com o tempo, a redenção foi sendo revelada a cada aliança feita por Deus. Chegou, então, o momento em que o sangue puro e sem mácula pagou o preço da nossa salvação.
Aquela Presença que, nas alianças anteriores, era motivo de temor quando a justiça de Deus se manifestava sobre o sacrifício, agora é a razão da nossa alegria.
Pronto para nos justificar
“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem obtivemos também acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Romanos 5.1-2).
Deus não está no céu elaborando estratégias para te prejudicar; Ele está pronto para te justificar, pois hoje você tem paz com Ele. Nós fomos salvos e justificados. Uma vez que a salvação nos alcançou, recebemos uma missão. Talvez você ainda não tenha clareza sobre algo específico para o qual foi chamado, mas posso adiantar: todo crente nascido de novo foi chamado para o ministério da reconciliação.
“Porque: todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10.13-15).
Quero que você perceba a ordem apresentada nos versículos 13, 14 e 15: invocar; crer; ouvir; pregação; aquele que prega; envio. É necessário que haja um envio; o enviado prega; a pregação é ouvida; quem ouve pode crer; e, crendo, invocar o nome de Jesus.
Nós fomos habilitados a pregar o Evangelho e a sermos agentes de transformação. Embora a Palavra tenha nos tornado justos, isso não deve permanecer como algo privado. Temos duas perspectivas para a pregação: evangelismo e missões. Ralph Winter afirma: “Evangelismo é a igreja crescendo onde está; missões é a igreja crescendo onde não está.”
Chamados para a reconciliação
Nem todos foram chamados para o ofício de evangelista, mas todos fomos chamados para a reconciliação. Devemos compartilhar o Evangelho com os que estão perto de nós, e alguns são chamados para fazer isso em um ambiente transcultural, ou seja, em outro contexto cultural.
No Brasil, há um número significativo de pessoas que hoje se declaram sem religião. Essas pessoas são alvos para levarmos o Evangelho. Em Atos 1:8, somos colocados na posição de testemunhas. E o que é uma testemunha? É alguém que fala sobre o que viu. Você está apto para ser uma testemunha, pois tem em si uma história de transformação realizada por Jesus. Neste momento, existem pessoas que, para invocarem a Jesus, precisarão ouvir a pregação.
No mundo, há aproximadamente 2,9 bilhões de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus. Elas vivem no que chamamos de “Janela 10×40”. O nome de Jesus, que promoveu a nossa salvação, é desconhecido por bilhões. Em Atos, vemos que o alcance do Evangelho, da nossa cidade até os confins da Terra, deve acontecer simultaneamente.
Não estamos de fora da festa da redenção mundial. Vamos levar as Boas-Novas, pois o Evangelho nos livra de uma vida sem sentido. Se Jesus não é o centro, nada faz sentido. Fomos chamados para sermos instrumentos que anunciem essa Justiça, porque nós mesmos fomos justificados. Somos a resposta para a justiça e a salvação.
*Trechos da mensagem do dia 10 de agosto, na Escola Dominical.