por Manoel Dias
*Vice-presidente da Igreja Sede
Houve um momento em que Jesus foi declarado o filho de Deus, com poder designado. Isso aconteceu com a ressurreição. Existiu uma profecia: ”Este é o meu filho amado, eu te gerei” (Salmos 2.7). Jesus nasceu de Maria, mas quando Ele ressuscitou dos mortos, foi declarado o primeiro que nasceu de novo.
A obra da redenção foi muito importante, porque houve a exigência de que nós fôssemos justificados, visto que, a Bíblia, quando apresenta os atributos de Deus, revela que Deus é justo.
“O Senhor julga os povos; julga-me, Senhor , segundo a minha retidão e segundo a integridade que há em mim. Cesse a malícia dos ímpios, mas estabelece tu o justo; pois sondas a mente e o coração, ó justo Deus. Deus é o meu escudo; ele salva os retos de coração. Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias” (Salmo 7.8-11).
Deus é o justo juiz.
“Nuvens e escuridão o rodeiam, justiça e juízo são a base do seu trono” (Salmos 97.2).
Justiça e juízo são a base do trono de Deus. A Bíblia apresenta oito dispensações: inocência, consciência, governo humano, patriarcas, lei, redenção, graça e reino. Estamos na reta final da dispensação da graça; porém, na dispensação do reino, quando vemos Deus como juiz, há a revelação de que haverá tribunais. Todas as nossas obras hão de ser julgadas.
No transcorrer da história da humanidade, desde o período de Gênesis, durante a dispensação da consciência, vemos Deus levantando Noé e vemos o julgamento do mundo. Haviam dois grupos: o dos ímpios e o dos justos. De igual modo, há uma programação de juízo para os tempos finais.
Contudo, os juízos de Deus não são apenas para o futuro, existem juízos antecipados, a exemplo de quando Ele chamou a Abraão e houve a intercessão deste por Sodoma.
Em Atos 17, Paulo declarou que Jesus ressurgiu dentre os mortos, o qual a de julgar vivos e mortos. Já em Isaías 2, vemos que a Sua vinda será tão majestosa que os povos vão se esconder nas cavernas.
Sabe irmãos, parte da pregação do Evangelho é dizer para qualquer pessoa que ela vai morrer e que vai ressuscitar para prestar contas de tudo o que fez com o seu corpo no encontro com o justo juiz. Então, se mostra a graça, a cruz, para o perdão de seus pecados.
Em Hebreus 12, vemos que os olhos de Deus vêem todas as coisas, Ele vê a intenção do coração, por isso a Sua justiça é 100% perfeita e não se altera em um minuto sequer. Não há margem de erro de Deus como juiz, porque a Sua balança pesa tudo com muita precisão.
Encontramos, entre a dispensação da lei e da graça, a da redenção. Jesus morreu! Levou os nossos pecados para dentro do sepulcro. Foi justificado em espírito. Ele nos substituiu. As exigências de Deus foram cumpridas!
Jesus tinha que ser um homem perfeito e sem pecado para que a obra da redenção fosse perfeita. Em Efésios 4.7-8, diz que Aquele que desceu também subiu e concedeu dons aos homens, para ser o justo e justificador. Ele fez isso para nos dar presença e acesso; comunhão e intimidade; e, agora, com a natureza transformada, produzimos fruto de justiça.
Ele é justo e nós também somos, como diz em I João. Eu creio que, quanto mais nos alimentarmos da Palavra, mais ela se tornará uma com o nosso espírito para trazermos a imagem do que é celestial, pois tudo mudou quando nascemos de novo. Já não somos pecadores, somos a justiça de Deus.
O que devemos fazer, então? Renovarmos a nossa consciência para entendermos a obra da redenção (I Timóteo 3.14-16). O que nos dá convicção não é o que nós fazemos, mas o que Ele fez por nós.
O trono também é um tribunal. Depois do terceiro dia, Cristo ressuscitou. Todos os que creem ressuscitaram juntamente com Ele para andar em fé.
Nós também fomos justificados em espírito. Um dos efeitos da justiça é ter acesso à posição que Cristo tem agora à direita de Deus. Nós temos comunhão, podemos ser ouvidos, podemos interceder e interferir em coisas da terra, como diz Hebreus 6.17-20, pois o tribunal de Deus não é apenas sentenças.
O capítulo 5 de Romanos, no versículo 7, diz que quanto mais tivermos da vida de Deus, o seu zoe, mais teremos posição para reinar. Não podemos perder a consciência de que o justo juiz quer que apresentemos as nossas razões (Isaías 43.25-26).
A fé que eu vou andar é proporcional ao conhecimento que eu tenho da Palavra.
Deus tem grandes promessas, mas só herdarão aqueles que têm andado na Palavra. Ele já é o nosso Rei e Juiz. Aquele que já é santo, deve se santificar mais.